segunda-feira, 30 de abril de 2018

Parque Arqueológico e ambiental de São João Marcos

São João Marcos destruída pelas águas

Imagina você estar tranquilo na sua pacata cidade do interior e um dia seu governante diz que todo mundo vai ter que sair porque sua cidade vai ser inundada de propósito para servir as necessidades de outras cidades. 
São João Marcos teve sua história interrompida para servir de represa para geração de energia elétrica e abastecimento de água.
Chato, né?

Essa é a história de São João Marcos. Um antigo município importante no ciclo do café, com boa estrutura, colégios, teatro, transportes que foi destruída para dar lugar a represa de Ribeirão das Lages. Tentaram lutar. Foi tombada e depois destombada para ser destruída, no governo de Getúlio Vargas. 
Duzentos anos de história foram por água abaixo.
Isso foi em 1940.
O irônico é que as águas apenas tomaram parte do lugar.


A medida que os moradores iam saindo suas casas eram destruídas a marretadas para evitar que voltassem. Os operários se recusaram a destruir a  igreja principal e tiveram que chamar uma empresa para implodir.


Hoje, o pouco que restou da cidade é um parque arqueológico entre o município de Rio Claro e Mangaratiba, há pouco mais de duas horas da cidade do Rio. O parque arqueológico é mantido pelo Light. É bem cuidado. 
Bonito, mas a light foi uma das responsáveis pela destruição da cidade. Na época a empresa tinha outro nome.
O Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos foi fundado em 2011. É um museu a céu aberto. A entrada é gratuita. Tem pouca coisa pra ver, muito mosquito.
Lugar bonito que tem um pouco de paz, mas uma certa perturbação. 
Uma guia muito simpática nos conta a história da cidade. A parte mais interessante.




 

http://www.saojoaomarcos.com.br
Uma estradinha bem difícil leva até lá. Tem visita de fotógrafos e admiradores de pássaros.


Fui lá e a sensação é meio triste. Imagino as pessoas que cresceram lá e foram obrigadas a deixar suas vidas, sua cidade, seus amigos. Tiveram que se espalhar por aí. Sua história foi destruída junto com a cidade.

Tem o chão de pedras ainda, a marca da praça principal, um pedaço da igreja e de uma casa. Penso nas pessoas que passaram por lá, como viviam e como deve ter sido deixar suas casas.
Hoje pouca gente ouviu falar desse lugar. 
Será que não teve alternativa? Será que foram bem indenizados? Será que os governantes pensaram nas pessoas? 

Desde muito cedo sofremos com desmandos de pessoas insensíveis e maldosas, né? O interesse de poucos é mais forte do que o coletivo.
g1.globo.com/rio-de-janeiro/videos/t/todos-os-videos/v/conheca-a-historia-de-sao-joao-marcos-parte-1/4809898/

Nenhum comentário:

Postar um comentário